Competências do Perfil Engenheiro de Sistemas segundo INCOSE

Visando definir com mais clareza o perfil profissional de um Engenheiro de Sistemas, em 2018 o Conselho Internacional de Engenharia de Sistemas (INCOSE) publicou, em parceria com empresas e especialistas relevantes da área, um framework de competências para a área de Engenharia de Sistemas (ISECF) de forma a: 

• facilitar a identificação de conhecimentos, habilidades e atitudes importantes para a sua realização; 

• ser adaptável para se adequar a domínios de aplicação específicos e/ou refletir necessidades organizacionais particulares, podendo ser combinada com outras competências complementares;

• garantir que organizações tenham a capacidade de entendê-las e usá-las como recursos complementares para a seleção, formação e classificação adequadas de seus profissionais; 

• assegurar a consistência do perfil profissional atuante na área de ES com os padrões definidos pelo INCOSE, mesmo que a atuação ocorra utilizando outras denominações.

Tal framework destaca a diferença entre “competência” e “capacidade”: “capacidade” refere-se à aptidão de executar a missão de uma organização ou área (ou seja, entregar um produto ou serviço) sendo, portanto, um atributo organizacional ou de uma equipe. Assim, a capacidade de produzir um produto ou serviço de engenharia é definida em termos de pessoas (e suas competências), processos, instalações e equipamentos. Neste sentido, a competência apoia a capacidade de realizar um processo, mas não se trata apenas de executá-lo: inclui compreender de forma mais ampla a relação entre os processos, o envolvimento dos diversos papéis e como isso tudo se relaciona à estrutura organizacional, em busca de soluções de Engenharia eficientes. Inclui ainda as habilidades comportamentais necessárias para garantir que as atividades do processo sejam executadas de forma eficaz. No entanto, conhecimentos específicos de um contexto industrial, comercial ou de serviços (ex.: indústrias automotiva ou aeroespacial, serviços de saúde) requerem especialização apropriada, não abordada no framework.

As competências predominantemente associadas à Engenharia de Sistemas foram identificadas e agrupadas em cinco áreas: essenciais (core – básicas para um engenheiro), profissionais (soft skills – comportamentais), técnicas (mais específicas da área de Engenharia de Sistemas, associadas ao manual do INCOSE), de gestão (associadas ao planejamento e controle das atividades de Engenharia de Sistemas) e integradoras (agregam visões especializadas em busca de um “todo” coerente).

Além de definir as competências e explicitar sua importância e os problemas decorrentes de sua falta, o framework de competências de um Engenheiro de Sistemas do INCOSE (ISECF) [1] sugere ainda cinco níveis de competência.