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Modelagem Integrada

O Desenvolvimento Integrado de Produtos (em inglês, Integrated Product Development - IPD) consiste, em linhas gerais, na consideração de todos os elementos do ciclo de vida do produto/sistema, desde a sua concepção até o seu descarte/desativação. Dentre as preocupações do IPD podem ser citados qualidade, custo, cronograma, requisitos, manufatura e suporte. Tais elementos tornam necessária a contínua integração de todas as equipes do produto, desde a engenharia até o suporte.

O ponto chave do desenvolvimento integrado é a forma de organização e realização das tarefas do ciclo de vida: enquanto técnicas tradicionais seguem um fluxo serial em cascata e técnicas ágeis tentam acelerar esse processo, a IPD busca realizar o desenvolvimento paralelo do ciclo de vida do sistema. O processo de desenvolvimento é organizado não de maneira hierárquica, mas em Times de Desenvolvimento Integrado de Produto (em inglês, Integrated Product Teams - IPTs) cujas tarefas incluem desenvolver o produto, o processo de produção, manutenção e outras etapas do ciclo de vida de forma simultânea, sempre que possível.

A paralelização de tarefas com fortes características seriais introduz novos riscos ao processo, em razão de assumir a total conformidade de requisitos e de interfaces dos processos anteriores ou concorrentes. Tais riscos podem ser mitigados com a introdução de hierarquias entre os IPTs, acelerando o desenvolvimento. Além de riscos próprios, o método integrado pode produzir algumas armadilhas comuns, entre elas:

  • Gasto excessivo de tempo definindo a visão e o objetivo dos times;

  • Autoridade insuficiente dos membros dos times, sendo necessário requisitar constantemente a aprovação dos gerentes do projeto;

  • Falta de sensibilidade do time às necessidades gerenciais, podendo levar à alocação de tempo ou recursos em excesso;

  • Times orientados em torno de funcionalidades específicas ao invés de funcionalidades concorrentes e correlacionadas;

  • Continuidade insuficiente de membros nas equipes ao longo do projeto;

  • Transições de fase ocorrendo no tempo incorreto, seja adiantado ou atrasado;

  • Sobreposição de tarefas decorrente do excesso de equipes/pessoal de suporte/apoio, reduzindo sua eficiência;

  • Infraestrutura inadequada de projeto.

A responsabilidade de tratar de tais armadilhas e evitar que se tornem falhas graves no processo de desenvolvimento recai sobre a equipe de gerenciamento do projeto.

-TIMES DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DE PRODUTO

Os Times de Desenvolvimento Integrado de Produto (em inglês, Integrated Product Development Team - IPTs) podem ser divididos em três tipos [3], de acordo com a hierarquia do sistema a ser tratada:

  • Time de Integração e Engenharia de Sistemas (em inglês, Integrated and Systems Engineering Team - SEIT): enfoca o sistema e suas interfaces externas

    • Integração de processos e sistema

    • Integração e questões relacionadas a programas externos

    • Questões referentes ao sistema e sua integridade

    • Integração e auditoria dos times

  • Time de Integração do Produto (em inglês, Product Integration Team - PIT): enfoca os elementos de alto nível

    • Integração de hardware e software

    • Questões referentes aos itens entregáveis e sua integridade

    • Suporte aos outros times (SEIT e PDTs)

  • Time de Desenvolvimento do Produto (em inglês, Product Development Team - PDT): enfoca os elementos de baixo nível

    • Integração de hardware e software

    • Questões referentes ao produto e sua integridade

    • Participantes primários (projeto e produção)

    • Suporte os outros times (SEIT e PITs)

Apesar de estarem organizados de maneira hierárquica em relação ao sistema, os times devem ter autonomia suficiente ao longo do ciclo de vida para executar suas funções designadas. As equipes podem ter suas decisões questionadas e pode ser preciso apresentar justificativas para outras partes, incluindo equipes correlatas, o SEIT e a gerência do projeto. Elas não devem recorrer à gerência para suas decisões chave, exceto quando elas podem gerar impactos significativos no sistema e seu ciclo de vida.

REFERÊNCIAS

[1] INCOSE Systems Engineering Handbook: A Guide for System Life Cycle Processes and Activities, Fourth Edition. Edited by David D. Walden, Garry J. Roedler, Kevin J. Forsberg, R. Douglas Hamelin and Thomas M. Shortell. © 2015 John Wiley & Sons, Inc. Published 2015 by John Wiley & Sons, Inc.

[2] PAWLG, G. Projeto na Engenharia. São Paulo: Edgard Blucher, 2005.

[3] INCOSE Systems Engineering Handbook: A Guide for System Life Cycle Processes and Activities, Fourth Edition. Edited by David D. Walden, Garry J. Roedler, Kevin J. Forsberg, R. Douglas Hamelin and Thomas M. Shortell. © 2015 John Wiley & Sons, Inc. Published 2015 by John Wiley & Sons, Inc.

 

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