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Gerenciamento de Interfaces

O gerenciamento de interfaces é um conjunto de tarefas bem definido dentre os processos de Engenharia de Sistemas [1]. Além de interfaces de usuário, há também a preocupação com o gerenciamento das interfaces de comunicação e interconexão do sistema e seus componentes. O uso das técnicas de gerenciamento de interfaces pode revelar incompatibilidades e erros críticos em etapas iniciais do projeto, permitindo redução de custos, ganho de performance e menor impacto negativo no cronograma.

A identificação das interfaces é realizada na fase de definição da arquitetura, à medida que modelos do sistema são desenvolvidos, enquanto seus requisitos são definidos na fase de levantamento de requisitos. Naturalmente, à medida que o processo de desenvolvimento progride, as especificações de interface vão se tornando mais definidas, até o momento em que seja possível selecionar os protocolos e padrões a serem utilizados, facilitando o desenvolvimento e integração do projeto. Interfaces devem se manter sempre simples e a criação de interfaces não padronizadas tende a aumentar sua complexidade e/ou a reduzir sua compatibilidade.

Em projetos de alta complexidade, pode ser interessante definir um grupo de trabalho para controle de interface (Interface Control Working Group – ICWG), cuja função é garantir o bom gerenciamento das interfaces intra e inter sistema, assegurando a consideração adequada de todos os aspectos e requisitos de interface. Os membros do ICWG podem ser membros de diversas equipes distintas do projeto que precisam lidar com algum tipo de interface entre subsistemas e entre o sistema e o meio externo.

Um dos objetivos do gerenciamento de interface, assim como de diversas fases e etapas do desenvolvimento, é facilitar a concordância e conformidade com as expectativas dos stakeholders, viabilidade de produção e atendimento às limitações de custos. Apesar de detalhes específicos das interfaces serem comumente analisados durante a fase de gerenciamento de riscos, realizar a identificação e o tratamento das interfaces críticas do sistema pode evitar potenciais impactos no ciclo de vida do sistema e do projeto.

Diversos métodos podem ser utilizados para o gerenciamento, porém o mais notável e amplamente utilizado são os diagramas N2 – diagramas em forma de matriz, representando interfaces funcionais ou físicas entre os elementos do sistema, usados para identificar, definir, tabular, projetar e analisar sistematicamente interfaces funcionais e físicas. Aplica-se a interfaces de sistema e interfaces de hardware e / ou software. Eles podem ser empregados tanto em interfaces de sistemas quanto em interfaces de hardware e/ou software possibilitando, ainda, seu uso nas fases finais do desenvolvimento e documentação.

DIAGRAMAS N2

Diagramas N2 constituem um dos métodos mais comuns para gerenciamento de interfaces de sistemas e subsistemas, auxiliando na identificação e compreensão das interfaces tanto em um contexto mais amplo (de sistemas de sistemas), até um contexto mais restrito (de elementos do sistema) [2].

Para ser empregado com efetividade, a técnica exige do engenheiro de sistemas a geração de definições completas de todas as interfaces do sistema em uma matriz bidimensional quadrada. Para N interfaces, a matriz NxN irá representar o fluxo de entrada e saída nas interfaces. A leitura do diagrama é realizada em sentido horário: saídas acontecem na horizontal e entradas na vertical.

A leitura do diagrama N2 é realizada da seguinte forma:

  • A diagonal principal representa as funções do sistema e/ou seus elementos

  • Quadrados vazios significam que não há interface direta entre dois elementos

  • Um quadrado é preenchido com a entidade sendo transferida. Por exemplo, se F1 for o controle de entrada de combustível e F2 o controle da entrada de ar para a caldeira F3, o elemento F1>F3 seria “combustível” e, analogamente, F2>F3 seria “ar”.

Após a conclusão do diagrama é possível analisar todos os fluxos no sistema e rastrear incoerências ou possíveis pontos de falha. Além dos diagramas N2, podem ser utilizadas as Matrizes de Projeto Estrutural da SysML.

REFERÊNCIAS

[1] INCOSE Systems Engineering Handbook: A Guide for System Life Cycle Processes and Activities, Fourth Edition. Edited by David D. Walden, Garry J. Roedler, Kevin J. Forsberg, R. Douglas Hamelin and Thomas M. Shortell. © 2015 John Wiley & Sons, Inc. Published 2015 by John Wiley & Sons, Inc.

[2] INCOSE Systems Engineering Handbook: A Guide for System Life Cycle Processes and Activities, Fourth Edition. Edited by David D. Walden, Garry J. Roedler, Kevin J. Forsberg, R. Douglas Hamelin and Thomas M. Shortell. © 2015 John Wiley & Sons, Inc. Published 2015 by John Wiley & Sons, Inc.

LINKS EXTERNOS

DSM (Design Structure Matrix)

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